top of page

NÃO ME CONVIDARAM PRA ESSA FESTA POBRE! – Odisséia

  • odisseialiterariaa
  • 23 de jun. de 2024
  • 6 min de leitura

O início, ou o bater de asas de uma borboleta: uma recapitulação antes da odisseia, a ilíada

Tudo começa de fato no Olimpo quando todos os deuses são convidados para uma festa. Todos, exceto Éris, deusa da discórdia. O motivo? O nome é autoexplicativo. Contudo, os deuses, munidos de toda sabedoria, não contavam que a deusa Éris ao ficar extremamente ofendida faria jus ao seu nome. No dia da festa ela bola um plano, entra sorrateiramente na festa e joga uma maçã de ouro na mesa com um bilhete destinado para “A mais bela”. Logo instaura-se uma confusão entre as deusas que, apesar de serem divinas, não são lá muito diferentes das mulheres mortais. Quem será a mais bela? Hera, a esposa (e irmã) de Zeus, a toda poderosa rainha do Olimpo. Atena, deusa da sabedoria. Ou Afrodite, deusa do amor e da beleza? O fato é que mesmo Zeus, o maior dos deuses, o chefe do Olimpo, deus do raio e etc, etc, etc… não teve coragem para desempatar essa disputa. Ocorre a ele deixar essa briga na mão de Paris, um rapaz, um príncipe troiano que foi abandonado por seu pai (fofoca do Olimpo: diziam os oráculos ao Príamo que Paris, seu filho, incendiaria Tróia e por isso ele o abandonou para morrer na floresta, ele só não contava que alguém fosse pegar a criança. Whatever!). Então, o “todo poderoso” manda buscar Paris, um mortal, pra resolver a briga de gente grande, melhor, de deusas poderosas e se Zeus tinha medo, imagine um molecote mortal. Mas as deusas não estavam para brincadeiras, elas jogavam sujo. Hera, por exemplo, prometeu-lhe que se ele a escolhesse ela o faria o maior e mais poderoso rei. Atena prometeu transformá-lo no mais sábio dos mortais e mais poderoso guerreiro humano. E Afrodite, vale lembrar, deusa do amor, promete o amor da mais linda mulher (spoiler: Helena, aquela de Tróia). Paris escolheu Afrodite. Só que a mulher mais linda era Helena, rainha de Esparta, casada com Menelau. Então Paris, juntamente com Afrodite, tiveram a brilhante ideia de sequestrar a “pobi” da Helena. Menelau que não é bobo nem nada, vai atrás de Helena junto com todos os reis da Grécia para resgatar sua amada. Formou-se então o maior fuzuê, porque ora os Deus ajudavam os gregos, ora ajudavam os troianos e foi o maior “bafafá” por anos. No meio de toda essa confusão tinha um rei, Ulisses ou para os mais íntimos “Odisseu”. Ulisses era o mais astutos de todos os reis, foi dele a bendita ideia de dar de presente aos troianos um cavalo de madeira ENORME recheado de soldados (foi daí também que surgiu a incrível expressão “cavalo de Tróia”), destruindo a guarda de Tróia, resgatando a rainha Helena, bem a lá Mário bros.


O início que não é início, mas não é meio e sim o início. Está entre 7,5 ou mais:


“Monstro imbecil, saiba que foi Ulisses que te castigou. Eu sou Ulisses e eu te deixei cego.”

A odisseia conta a trajetória de Ulisses, após a guerra de Tróia, tentando voltar à Ítaca, ilha onde era rei. Ulisses é seu nome romano, na Grécia ele é chamado de Odisseu, por isso a história chama-se “Odisseia”. Dez anos se passaram depois que a guerra de Tróia terminou e Ulisses, o mais esperto dos gregos, ainda não retornou. Havia sempre alguma coisa para atrapalhar a sua volta, na verdade, haviam dois deuses com motivos suficientes para atrapalhar sua volta. O primeiro era Poseidon, após Ulisses e seus companheiros ficarem presos na caverna de Polifemo (ciclope comedor de gente e filho de Poseidon), eles bolam um plano para fugir. Acertar o único olho do bichão e sair na “maciota”, mas não, Ulisses - do alto de sua arrogância - grita para Polifemo: “saiba que foi Ulisses que te castigou", dando os primeiros sinais de que ou o homem mais esperto da Grécia não é tão esperto, ou todos os homens gregos são burros. O fato é que Polifemo conta tudo para Poseidon, que fica possesso e manda Zeus castigá-lo. Então, Zeus joga um raio no barco e parte da tripulação morre, junto aos sobreviventes está o maior e mais inteligente grego que já existiu, O-D-I-S-S-E-U. O segundo deus é Hélio, o Deus do sol (ou será Apólo o Deus do sol? Whatever 2), saindo da ilha de Circe, passando pelas sereias e livrando-se de Cila e Caribde, Odisseu e seus companheiros aportaram na ilha de Hélios. Alertado por Tirésias e Circe de que os bois são sagrados e não podem ser mortos e nem comidos, o grande homem grego Odisseu adverte seus homens a gravidade de cometer tais crimes, mas o que o espertalhão não contava era que suas previsões acabassem (cabô a comida), então, lá vai Odisseu à terra dos deuses pedir auxílio. Aconteceu que Euríloco, um cara louco, convenceu os amigos a quebrarem o juramento. Pois bem, eles não só quebraram o juramento, como festejaram por SEIS dias. Odisseu chega e ao ver aquilo fica desesperado e decide ir em boa hora. Ele só não contava com a astúcia de Lampécia e Phetusa, filhas de Apólo (não era Hélio?) e encarregadas de cuidar do gado, elas contam tudo ao seu pai que logo conta para Zeus e… adivinha? REL MPAGO! TROVÃO! RAIO! Mais uma vez, Odisseu, o espertalhão sobrevive, só e na maior deprê. Palas Atena, que era muito amiga dos gregos, se compadece de Ulisses. Ela decide fazer uma reunião no Olimpo, aproveitando que o Poseidon não estava no dia. Foi falando da situação de Ulisses, que estava detido na ilha da ninfa Calipso, que queria se casar com ele, mas tudo o que ele queria era morrer pois estava tão desanimado após tentar inúmeras vezes voltar para casa. Então, o todo poderoso Zeus decide junto com os outros deuses ajudar Ulisses a voltar. Atena ordenou que Hermes (e o Renato?) mandasse Calypso libertar Ulisses. Do outro lado, em Ítaca, nada vai bem também. Penélope, mulher de Ulisses, vê-se cercada por pretendentes indesejados que vêem nela além da beleza grega - afinal, todas as mulheres gregas são as mais belas - e a oportunidade de comandar a Ítaca. Seu filho, Telêmaco, só vê oportunistas que se escoram na receptividade dos gregos. Ele já não aguentava mais, até que um dia, Atena desce até Ítaca disfarçada de homem e diz que ele deve mandar que todos vão embora, talvez Ulisses esteja voltando e quando ele voltar, vai querer vingança. Depois Atena sai voando, Telêmaco entende o recado e expulsa os pretendentes em plena ágora. Ulisses retorna e encontra a maior algazarra em casa.


O bater de asas de uma borboleta: qual a relação de um homem com um clube do livro?

O bater de asas de uma borboleta no Brasil pode desencadear uma sequência de fenômenos meteorológicos que provocarão um tornado no Texas. O Efeito Borboleta é uma expressão utilizada na Teoria do Caos para fazer referência a uma das características mais marcantes dos sistemas caóticos: a sensibilidade nas condições iniciais. Em odisseia não é diferente, tudo começa em Ilíada com uma simples festa, uma pessoa excluída e vingança. Os os eventos tomam enormes proporções e, a partir daí, uma discórdia, um concurso de beleza, uma guerra.

Mas afinal, qual a relação de um homem burro no período homerico com um clube do livro?

Odisseu, o heroi do poema, e a palavra "odisseia" que deriva de seu nome, em grego, "Odysseia" (Ὀδύσσεια), significa "relativo a Odisseu" ou "as aventuras de Odisseu". Ele é famoso por sua longa e difícil jornada de volta para casa após a Guerra de Tróia, repleta de perigos, desafios e encontros com seres míticos. A "Odisseia" descreve essa jornada épica. No uso contemporâneo, a palavra "odisseia" passou a significar qualquer jornada longa e cheia de dificuldades, em referência à experiência de Odisseu. Isso sublinha a conexão profunda entre o personagem e o conceito de uma viagem árdua e cheia de aventuras. E… Bom, afinal, não é isso o que fizemos neste último ano? O clube do livro surge em referência ao poema épico, ao Odisseu, ao Homero e, sobretudo, à odisseia! Ler é viajar e se aventurar, e ler aquilo que está fora da zona de conforto torna todo o processo árduo e, assim como Odisseu enfrentou monstros, tempestades e deuses caprichosos, cada um de nós embarca em nossa própria odisseia a cada livro que lemos. Em nosso clube, navegamos por mares literários, exploramos terras desconhecidas e conhecemos personagens fascinantes, tanto amados quanto odiados. Cada livro é uma nova aventura que nos permite escapar da rotina e nos transportar para mundos distantes, culturas diferentes e épocas passadas ou futuras, tal como Odisseu, que enfrentou altos e baixos em sua viagem, nós também encontramos livros que nos cativam e outros que nos desafiam.

ree

 
 
 

Comentarios

Obtuvo 0 de 5 estrellas.
Aún no hay calificaciones

Agrega una calificación
Post: Blog2 Post
bottom of page